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Aires Mariga/Epagri
Entre março e maio, o Planalto Serrano Catarinense é tomado por um aroma marcante: é tempo de colheita da goiaba-serrana, fruta nativa do Sul do Brasil conhecida pelo perfume intenso e sabor doce-acidulado. Em Santa Catarina, a fruta é cultivada por cerca de 20 agricultores familiares em aproximadamente 20 hectares, com produtividade média de 15 a 20 toneladas por hectare.
A goiabeira-serrana (Acca sellowiana) passou a ser cultivada comercialmente no estado a partir da década de 1980, graças a um programa de pesquisa e domesticação da espécie coordenado pela Epagri em parceria com a UFSC, Udesc e produtores locais. A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) é o órgão do Governo do Estado responsável pela produção de ciência, tecnologia e assistência técnica aos agricultores e pescadores catarinenses. Está vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária.
Segundo Maêve Silveira
Castelo Branco, líder do Programa de Fruticultura da Epagri nas regiões de
Lages e São Joaquim, o cultivo tem se mostrado uma alternativa lucrativa para
diversificação da renda em propriedades familiares. Hoje, os produtores recebem
em média R$15,00 por quilo da fruta in natura, que chega ao mercado
final por valores que variam de R$20 a R$30.
A planta ocorre
naturalmente em altitudes acima de 800 metros, associada aos biomas Mata
Atlântica e Pampa. De aparência semelhante à goiaba comum, a goiaba-serrana tem
casca verde mesmo quando madura. Apenas a polpa é consumida in natura —
uma massa gelatinosa de cor clara, altamente aromática e sabor agridoce.
Além do consumo fresco, a fruta é versátil e pode ser usada na produção de sucos, geleias, doces em pasta ou corte, licores, sorvetes, molhos e até espumantes artesanais.