O Desenrola Pequenas Empresas,
que começou a operar há apenas três semanas, já renegociou R$ 860 milhões em
dívidas por meio dos bancos públicos. O Banco do Brasil responde por R$ 500
milhões, seguido pela Caixa Econômica Federal, com R$ 380 milhões, de acordo
com dados do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de
Pequeno Porte. No total, foram realizadas 18 mil operações de crédito até esta
quarta-feira (6/6). As pessoas jurídicas que negociaram suas dívidas e
realizaram o pagamento à vista, conseguiram um desconto de até 95% no valor.
Desde o início do programa, os bancos participantes têm oferecido oportunidades para renegociação de dívidas bancárias para Microempreendedores Individuais (MEI), micro e pequenas empresas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões. As dívidas elegíveis são aquelas não pagas até 23 de janeiro de 2024, permitindo que esses empresários obtenham os recursos necessários para manter as atividades. Os dados absolutos, somando os bancos públicos e privados, ultrapassaram a marca de R$ 1 bilhão.
O ministro Márcio França
destacou a importância do programa para a economia brasileira. "Acabamos
de ver o resultado do PIB do último trimestre, que bateu 0,8% de crescimento em
comparação com o ano passado. Isso representa um otimismo econômico e a
consequência do empenho do governo em melhorar o ambiente de negócios. Sempre
bom lembrar que os micro e pequenos empreendedores contribuem com 30% do
PIB".
A partir de julho, as empresas
desenroladas terão acesso acesso a um crédito com taxas de juro especiais, para
fomentar o crescimento e aumento de produtividade. Trata-se do programa
PróCred360, que foi oficializado no último mês de abril, com a assinatura da MP
do Programa Acredita.
Como participar
Para aderir ao programa, o
microempreendedor ou pequeno empresário deve entrar em contato com a
instituição financeira onde possui a dívida. As renegociações podem ser
realizadas por intermédio dos canais de atendimento oficiais, como agências,
internet ou aplicativos móveis. Cada instituição financeira participante
definirá suas próprias condições e prazos para a renegociação. A Febraban
alerta que somente os bancos cadastrados no programa poderão oferecer as
condições especiais de renegociação. Em caso de dúvidas ou suspeitas sobre
ofertas de renegociação, os empresários são aconselhados a contatar seus bancos
pelos canais oficiais e a não aceitar propostas fora dessas plataformas.
Impacto e
perspectiva
Desde sua implementação, o
Desenrola Pequenas Empresas tem proporcionado um alívio significativo para
micro e pequenas empresas, permitindo que elas continuem operando e
contribuindo para a economia nacional. Com o suporte contínuo do governo e dos
bancos, o programa espera aumentar ainda mais o acesso ao crédito e fortalecer
a sustentabilidade financeira dos pequenos negócios. A expectativa é que,
com esses incentivos e renegociações, as micro e pequenas empresas possam
superar as dificuldades financeiras, manter empregos e estimular a economia
local, consolidando o programa como um pilar importante na estratégia de
recuperação econômica do país.
Incentivos
tributários
O Desenrola Pequenas Empresas
também oferece incentivos tributários para que as instituições financeiras
renegociem dívidas de pequenas empresas. Os bancos que participam do programa
terão direito a um crédito presumido de impostos, que poderá ser apurado entre
2025 e 2029. Este mecanismo permite que as instituições abatam de tributos
futuros os prejuízos decorrentes das renegociações, sem gerar custos imediatos
para o governo. Segundo o Ministério da Fazenda, o crédito tributário será
calculado com base no menor valor entre o saldo contábil bruto das operações de
crédito renegociadas e o saldo contábil dos créditos decorrentes de diferenças
temporárias. Estas diferenças são despesas ou perdas contábeis que ainda não
podem ser deduzidas do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), mas que podem ser
aproveitadas como crédito tributário no futuro.
Fonte:
Agência Gov | Via Secom