Foto: Jonatã Rocha/Secom GOVSC
A partir desta segunda-feira, 9, as empresas que fazem importações terrestres para Santa Catarina deverão cumprir uma margem mínima obrigatória de 30% de desembaraço pelo Porto Seco de Dionísio Cerqueira, no Extremo-Oeste do Estado. O percentual mínimo obrigatório era de 20% desde junho do ano passado (leia mais abaixo). A mudança está detalhada no decreto 1.001/25, publicado na edição extra do Diário Oficial do Estado (DOE) da última terça-feira, 3.
A regra vale para as mercadorias com incentivo fiscal vindas de qualquer país do Mercosul, com exceção do Uruguai e do Paraguai. Estes dois países já estão excluídos pela legislação. A decisão de subir a cota de 20% para 30% foi tomada em consenso e com o apoio dos principais envolvidos: Prefeitura de Dionísio Cerqueira, empresários e a concessionária que opera a Aduana. Facisc, FIESC e Assembleia Legislativa também participaram ativamente das reuniões.
“Fizemos ajustes e conseguimos acelerar a economia
da região sem prejudicar a movimentação das importações que entram pela
fronteira. Agora vai ter ainda mais caminhão chegando, mais gente nos hotéis,
mais procura nos restaurantes e no comércio de Dionísio Cerqueira. Tudo
planejado e com uma estrutura pronta para dar conta dessa ampliação de
demanda”, destaca o governador Jorginho Mello.
Mudança vai atrair
mais caminhões para a região
Aproximadamente 1 mil caminhões, em média, entram
pelo Porto Seco mensalmente. Estima-se que o movimento mensal terá um
incremento médio de 450 veículos com o percentual adicional — a concessionária
responsável pelo espaço assegura que tem condições de operar com maior volume
de cargas no local.
A ampliação da margem mínima obrigatória já estava
prevista desde o ano passado, quando ficou estabelecido em decreto que o
percentual do valor aduaneiro total das importações seria reavaliado pelo menos
uma vez ao ano. Na prática, o escalonamento permite que a aduana de Dionísio
Cerqueira promova as adequações necessárias em suas instalações para atender à demanda
crescente de cargas.
Levantamento da Diretoria de Administração
Tributária (DIAT) da Secretaria de Estado da Fazenda (SEF/SC) demonstra que as
novas regras aumentaram a movimentação de mercadorias e contribuíram para o
desenvolvimento da região no ano passado. O estudo aponta que, mesmo com a
obrigatoriedade de apenas 20% do ingresso pelo Porto Seco, a entrada de cargas
por Dionísio Cerqueira cresceu 500% em 2024 comparado a 2023.
Do total de mercadorias importadas por via terrestre que entraram em Santa Catarina por portos secos e zonas alfandegadas, 93% foram desembaraçadas em Dionísio Cerqueira em 2024, totalizando a movimentação de R$ 2,65 bilhões em mercadorias.